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A história do banho (6)

Segunda-feira, 23.03.09

 

Renascimento                          

No século XIII, os frades dominicanos iniciaram actividades farmacêuticas relativas à produção de essências, pomadas, bálsamos e outras preparações medicinais. Muitas dessas fórmulas, produzidas até aos dias de hoje, foram estudadas durante a corte de Catarina de Médici, nobre florentina que se mudou para a França em 1533, para se casar com o Rei Henrique II.


No Renascimento os “banhos de água” foram substituídos por “banhos com fortes perfumes e essências”, sendo Catarina de Médici a grande responsável pela difusão do perfume na França.

Os perfumes de Catarina de Médici eram feitos em Grasse, uma pequena cidade ao sul da França, localizada aos pés dos Alpes mediterrânicos. Grasse era então um centro da indústria de couro e, até aquele momento, não existia nenhum produto para limpar e perfumar o couro, especialmente o das delicadas luvas das senhoras. Desenvolveu-se, então, uma arte refinada, tarefa dos “maîtres gantier parfumeurs”- mestres perfumistas de luvas, que prosperaram em torno de Grasse.

Aos poucos, a era das águas perfumadas com flores foi cedendo espaço a composições à base de almíscar. Também se considerava importante o cultivo de jardins, capazes de repelir os odores pestilentos comuns na época.

Diz-se que Luís XIV, o “Rei Sol”, era muito sensível a odores, e tinha um perfume para cada dia da semana. Em sua corte, rosas e flores de laranjeira eram usadas para perfumar luvas, e os sabonetes de azeite faziam parte da higiene diária. As fragrâncias apreciadas por Luís XIV eram produzidas no sul da França.

A fomentação da expansão marítima conduz os europeus ao descobrimento de novas terras, denominadas de Novo Mundo; e a realidade da Europa – o Velho Mundo - mostrava-se paradoxal aos costumes demonstrados pelos habitantes dos territórios localizados na actual América do Sul.

A chegada dos brancos impressionou aos índios, devido à aparência suja e grotesca dos europeus, chamados de “mal cheirosos e porcos”.

Observando os hábitos dos indígenas, nativos das terras recém-descobertas, os europeus aprenderam diversos conhecimentos sobre limpeza e higiene, pois era comum e frequente os naturais banharem-se em rios, lagos, lagoas e quedas de água. De modo que os indígenas em muito contribuíram para o progresso dos hábitos dos europeus.

 

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publicado por Filomena às 17:45

A história do banho (5)

Terça-feira, 10.03.09

Na Idade Média era assim:

 Proibição do Banho

Durante a Idade Média, os ocidentais abandonaram os sofisticados rituais de limpeza da Antiguidade e mergulharam numa profunda escuridão. A maneira de ver o banho mudou. As ideias religiosas foram levadas ao exagero e as termas passaram a ser consideradas locais de pecado, porque as pessoas se viam nuas umas às outras.

Não é exagero afirmar que a Idade Média foi o período em que a cristandade varreu da Europa as termas e demais actividades em que as pessoas se expusessem demais. Com tantos pudores, o prazer de tomar banho de corpo inteiro passou a ser visto como um acto de luxúria. Lavar as mãos e o rosto bastava, às vezes nem isso. Quando muito, era aceitável tomar um só banho por ano…

Os banhos foram totalmente proibidos aumentando as doenças, em especial a peste. Dizia-se que a água "amolecia" a alma. Dizia-se ainda, que o facto de a água quente dilatar os poros da pele facilitava a entrada de doenças no corpo. Desta forma, nesta época, a higiene resumia-se em vestir uma roupa limpa e usá-la até ficar suja, pois acreditava-se que a roupa funcionava como uma espécie de “esponja”, absorvendo a sujidade. Sendo que muitas vezes a roupa nem sequer era lavada, apenas sacudida e carregada de perfume.

Os banhos eram escassos, quase inexistentes. Nas famílias pobres, quando eles aconteciam, a mesma água servia para banhar a família inteira. Primeiro os homens, depois as mulheres e por último os filhos.

Iniciou-se um período de imundície com consequências desastrosas para a Europa. As constantes epidemias, como a Peste Negra, que assolaram o Velho Mundo durante a Idade Média foram provenientes da total ausência de higiene por parte da população. As necessidades fisiológicas eram “despejadas” pelas janelas, juntamente com o conhecido pregão “aí vai água”!


A Idade Média foi muito apropriadamente chamada de Idade das Trevas, protagonizando o fim dos hábitos de higiene. A Igreja abominava os banhos, tratando-os como “orgias pecaminosas”.

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publicado por Filomena às 12:27

A história do banho (3)

Domingo, 15.02.09

 

No tempo dos Romanos era assim:
No século II a.C., os Romanos construíram sumptuosas termas públicas onde qualquer cidadão podia desfrutar dos prazeres proporcionados pelo banho. O banho ligava-se à ideia de repouso e de convívio, pois era uma prática social e um ritual simbólico.

Os romanos herdaram muito da cultura grega, incluindo a adoração pelo banho. Porém, entre eles, esse hábito adquiriu proporções inéditas. As visitas diárias às termas tinham fundo religioso, visto que o banho público era um acto de adoração à deusa Minerva.

E o costume não era restrito somente às classes mais abastadas: boémios, prostitutas, imperadores, filósofos, políticos, velhos e crianças, todos se banhavam no mesmo espaço, sem constrangimento.

Os gregos e os romanos mantiveram o hábito de se reunir em "banhos públicos", que se tornaram verdadeiros locais de discussões e decisões políticas e sociais. As termas eram um ponto de encontro e de troca de informações, que se tornaram símbolos de luxo e, muitas vezes, de decadências dos costumes.

Os romanos e os gregos - precursores de sistemas hidráulicos que canalizavam águas pluviais e fluviais, conduzindo-as para as residências e termas (como se pode ver ainda nas ruínas de Conimbriga) - fizeram do banho um ritual de luxo e influenciaram o mundo com suas criações de óleos, unguentos e maneiras de se banhar.

(continua)

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publicado por Filomena às 21:00

A história do banho (2)

Quarta-feira, 28.01.09

No tempo dos Gregos era assim:

A Grécia foi um dos locais em que o banho prosperou, sendo possível encontrar bem preservados palácios de 1700 a.C. a 1200 a.C. que, mesmo nos dias actuais, surpreendem devido a avançadas técnicas de distribuição da água. Afirma-se que naquela época, os banquetes tinham de ser luxuosos e incluíam uma sessão de banho para os convidados.
Na Grécia, o banho também era uma extensão necessária da prática de ginástica, e era hábito os gregos antigos invocarem a protecção de Hera, a mulher de Zeus (também conhecida como Deusa Juno), durante o banho.
Os gregos tomavam banhos por prazer e para ter uma vida saudável, motivados pela higiene, espiritualidade e práticas desportivas, sendo que os médicos louvavam as virtudes ocasionadas em função dos diferentes tipos de banho, aconselhando o uso de óleos na água para untar o corpo antes de as pessoas se secarem. 

Embora os gregos tenham iniciado a prática dos banhos públicos no Ocidente, os pioneiros nos balneários colectivos foram os babilónicos.

Materiais saponificantes anteriores a 2.800 a.C. foram encontrados em cilindros escavados nas ruínas da antiga Babilónia. As inscrições indicam que aquele material era utilizado para a limpeza dos cabelos e para auxiliar na confecção de penteados.

Por volta de 650 a.C. a cidade da Babilónia, na Mesopotâmia, tornou-se o centro comercial de especiarias e perfumes da época.

 (continua)

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publicado por Filomena às 20:29

A história do banho (1)

Terça-feira, 27.01.09

 Imagem da Wikipédia

Começo hoje a publicar a história do banho e quão diferentes têm sido os costumes das várias épocas.

No tempo dos Egipcíos era assim:

Os primeiros registos do acto de se banhar individualmente ocorreram por volta de 3.000 a.C., e pertencem ao antigo Egipto. Os egípcios realizavam rituais sagrados na água e banhavam-se diariamente, dedicando os banhos a divindades como Thot e Bes.

Mais do que limpar o corpo, os egípcios presumiam que a água purificava a alma, e esta crença era válida tanto para a realeza - perfumada com óleos aromáticos e massagens aplicadas pelos escravos, quanto para as populações mais pobres, que recorriam inclusive a profissionais de rua quando não conseguiam tratar da própria beleza. Os egípcios foram os inventores dos primeiros cosméticos.

(continua)

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publicado por Filomena às 22:58