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Os Mega-agrupamentos de Escolas

Domingo, 08.08.10

Entrevista dada pelo vice-presidente  do recém-formado mega-agrupamento de Ansião ao Jornal de Leiria, Salazar Pinheiro, e a insatisfação de não se poder fazer a vontade de pais, alunos, professores e funcionários...

 

«Projectos pedagógicos ficam na gaveta
"Vantagens? Não as vejo.” A resposta de Salazar Pinheiro, vice-presidente da Comissão Administrativa Provisória do Agrupamento de Escolas de Ansião, ilustra bem o estado de espírito dos docentes a quem foi incumbida a tarefa de gerir um conjunto de escolas desde o pré-escolar até ao 12º ano, com menos recursos. No caso do mega-agrupamento do Norte do distrito de Leiria, a maior parte dos projectos pedagógicos vão ficar na gaveta.
Depois de ter exercido funções de gestão no Agrupamento de Escolas de Avelar, em Ansião, nos últimos 15 anos, Salazar Pinheiro assumiu na segunda-feira o cargo de vice-presidente do novo Agrupamento de Escolas de Ansião. Não esconde, contudo, a sua insatisfação, de que já de conta na Direcção Regional de Educação do Centro, pelas consequências que essa medida irá ter.
A primeira que Salazar Pinheiro enumera prende-se com o facto de a escola que liderava ter em curso uma série de projectos, no âmbito das 95 horas de crédito que lhe foram disponibilizadas para dar apoio aos alunos, que já não podem ser concretizados, porque o número de horas foi reduzido para 18 para a totalidade das escolas desde o pré-escolar até ao 12º ano.
Projectos como o Dar à língua, por exemplo, que envolvia professores e pais no desenvolvimento de competências na área do Português, ficou em “águas de bacalhau”. Os alunos com necessidades educativas especiais também vão ser prejudicados, porque vão deixar de ter trabalhos oficinais e informática, que eram integrados nas horas de crédito atribuídas pelo Ministério da Educação.
Outra desvantagem que Salazar Pinheiro identifica nesta fusão é a dispensa de cinco professores. “Isto é o que o Ministério da Educação quer, embora tenha sido dito que não”, observa. O vice-presidente da Comissão Administrativa Provisória refere ainda que há, pelo menos, três professores que vão dar aulas nas duas escolas, que distam nove quilómetros entre si, sem receber qualquer tipo de apoio.

 

Escola familiar
“Antes, tínhamos 500 alunos e 65 professores. Éramos uma família. Tínhamos o nosso ritmo e a nossa forma de trabalhar”, explica o ex-director do Agrupamento de Escolas de Avelar. “Conhecia quase os pais todos. Recebia-os, muitas vezes, ao final da tarde, porque sabiam que me encontrava aqui. Havia um relacionamento de grande proximidade.”
No sentido de fomentar essa relação, a escola organizava com frequência acções de formação para pais, que eram bastante participadas, já que existiam duas salas na escola-sede onde podiam deixar os filhos ao cuidado de educadoras. Com a fusão da secundária com a básica, Salazar Pinheiro diz que a realidade será outra, já que passa a haver cerca de 1600 alunos e 180 a 190 professores. “A angústia é muito grande. É preciso restabelecer a auto-estima. Os professores estão muito tristes.” 

 

Projectos pedagógicos ficam na gaveta
“Vantagens? Não as vejo.” A resposta de Salazar Pinheiro, vice-presidente da Comissão Administrativa Provisória do Agrupamento de Escolas de Ansião, ilustra bem o estado de espírito dos docentes a quem foi incumbida a tarefa de gerir um conjunto de escolas desde o pré-escolar até ao 12º ano, com menos recursos. No caso do mega-agrupamento do Norte do distrito de Leiria, a maior parte dos projectos pedagógicos vão ficar na gaveta.
Depois de ter exercido funções de gestão no Agrupamento de Escolas de Avelar, em Ansião, nos últimos 15 anos, Salazar Pinheiro assumiu na segunda-feira o cargo de vice-presidente do novo Agrupamento de Escolas de Ansião. Não esconde, contudo, a sua insatisfação, de que já de conta na Direcção Regional de Educação do Centro, pelas consequências que essa medida irá ter.
A primeira que Salazar Pinheiro enumera prende-se com o facto de a escola que liderava ter em curso uma série de projectos, no âmbito das 95 horas de crédito que lhe foram disponibilizadas para dar apoio aos alunos, que já não podem ser concretizados, porque o número de horas foi reduzido para 18 para a totalidade das escolas desde o pré-escolar até ao 12º ano.
Projectos como o Dar à língua, por exemplo, que envolvia professores e pais no desenvolvimento de competências na área do Português, ficou em “águas de bacalhau”. Os alunos com necessidades educativas especiais também vão ser prejudicados, porque vão deixar de ter trabalhos oficinais e informática, que eram integrados nas horas de crédito atribuídas pelo Ministério da Educação.
Outra desvantagem que Salazar Pinheiro identifica nesta fusão é a dispensa de cinco professores. “Isto é o que o Ministério da Educação quer, embora tenha sido dito que não”, observa. O vice-presidente da Comissão Administrativa Provisória refere ainda que há, pelo menos, três professores que vão dar aulas nas duas escolas, que distam nove quilómetros entre si, sem receber qualquer tipo de apoio.

 

Escola familiar
“Antes, tínhamos 500 alunos e 65 professores. Éramos uma família. Tínhamos o nosso ritmo e a nossa forma de trabalhar”, explica o ex-director do Agrupamento de Escolas de Avelar. “Conhecia quase os pais todos. Recebia-os, muitas vezes, ao final da tarde, porque sabiam que me encontrava aqui. Havia um relacionamento de grande proximidade.”
No sentido de fomentar essa relação, a escola organizava com frequência acções de formação para pais, que eram bastante participadas, já que existiam duas salas na escola-sede onde podiam deixar os filhos ao cuidado de educadoras. Com a fusão da secundária com a básica, Salazar Pinheiro diz que a realidade será outra, já que passa a haver cerca de 1600 alunos e 180 a 190 professores. “A angústia é muito grande. É preciso restabelecer a auto-estima. Os professores estão muito tristes.”»

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publicado por Filomena às 20:57

Os Mega-agrupamentos de Escolas

Segunda-feira, 12.07.10

Uma boa notícia da Agência Lusa: “O Conselho de Escolas vai defender hoje junto do Governo a suspensão do processo de reagrupamento de escolas, no âmbito da reorganização da rede escolar, alegando que por lei deveria ter sido previamente ouvido.”

 

Corre por todo o país uma vaga de formação de mega-agrupamentos de escolas. Tudo com base na Resolução do Conselho de Ministros nº 44/2010, DR 1ª série de 14 de Junho.

 

 Vão existir assim agrupamentos com mais de 1500 alunos e até com 2500. Fica constituído uma unidade de ensino de difícil gestão e de difícil administração.

 

As fusões têm de estar feitas no dia 1 de Agosto.


E assim foram cortados pela raiz todos os projectos, todas as iniciativas, todo o trabalho que tinha sido iniciado há um ano, como era o caso das escolas do concelho de Ansião, em que a direcção dos Agrupamentos tinha tomado posse há um ano e que tinham tudo projectado para mais três anos.

Além disso esta medida cega e que apanhou de surpresa  todos, foi tomada ao arrepio de todos os parceiros educativos – famílias, professores e autarquias …

 

Nem a Carta Educativa do concelho, elaborada e assinada por todos há pouco tempo foi respeitada…

 

Será que a tão falada CRISE pode ser uma resposta para tudo?!

 

Ora reparem:

 

 

Concelho Ansião - Escola Básica e Secundária Dr. Pascoal José de Mello + Escola Básica 2,3 de Avelar, com todas as escolas do 1º ciclo e Pré dos 2 Agrupamentos com mais de 1500 alunos;

Concelho Mealhada – Escola Básica e Secundária da  Mealhada +  Escola Básica 2,3 Mealhada,  com todas as escolas do 1º ciclo e Pré dos 2 Agrupamentos

Concelho Condeixa – Escola Básica e Secundária de  Condeixa +  Escola Básica de 2,3 Condeixa,  com todas as escolas do 1º ciclo e Pré dos 2 Agrupamentos;

Concelho Montemor-o-Velho – Escola Básica e Secundária de Montemor-o-Velho +  Escola Básica 2,3 Jorge Montemor + Escola Básica 2,3 de Pereira, com todas as escolas do 1º ciclo e Pré dos Agrupamentos;

Pombal também foi !... com cerca de 40 Directores de escolas chamados

no dia 16Junho, à DREC!

 

Distrito: Viana do Castelo

Concelho: Ponte de Lima
- EB 2,3 António Feijó + 27 escolas EB1 e JI; 2033 alunos; Distância máxima entre escolas: 40 km
- EB 2,3 / Secundária Arcozelo + escolas EB1 e JI; 1489 alunos; Distância máxima entre escolas: 40 km


Distrito: Braga

Concelho: Amares
- EB 2,3 Amares + 50 escolas EB1 e JI; 2000 alunos; Distância máxima entre escolas: 47 km
Concelho: Vieira do Minho
- EB 2,3 Vieira do Araújo; 1800 alunos; Distância máxima entre escolas: 60 km
Concelho: Vila Nova de Famalicão
- EB 2,3 Ribeirão, 2300 alunos;


Distrito: Vila Real

Concelho: Chaves
- EB 2,3 Nadir Afonso + 64 escolas EB1 e JI; 1838 alunos;
- EB 2,3 Gonçalves Carneiro + 45 escolas EB1 e JI; 1579 alunos;

Concelho: Vila Real
Agrup. Horizontal D. Dinis: 42 escolas; 1180 alunos
Agrup. Vertical Monsenhor Jerónimo do Amaral: 63 escolas; 1837 alunos

Concelho: Mondim de Basto
Agrup. Vertical (com Secundário) : 36 escolas; 1639 alunos

 

Distrito: Aveiro

Concelho: Arouca
- EB 2,3 Arouca + 44 escolas EB1 e JI + 2 EBM; 2000 alunos; Distância à escola sede: 40 Km
Concelho: Oliveira de Azeméis
- EB 2,3 Bento Carqueja + 27 escolas EB1 e JI; 2300 alunos;
Concelho: Ovar
 

- EB 2,3 António Dias Simões + 2 Agrupamentos horizontais (14 escolas EB1 + 9 JI); 2350 alunos;
Concelho: Santa Maria da Feira
- EB 2,3 Fernando Pessoa + 28 escolas EB1 e JI; 2366 alunos;
- Agrupamento Carlos Alberto + 17 escolas EB1 e JI; 1672 alunos;
Concelho: Vale de Cambra
- EB 2,3 Vale de Cambra + 50 escolas EB1 e JI;


Distrito: Porto

Concelho: Felgueiras
- EB 2,3 Felgueiras + 17 escolas EB1 e JI; 2500 alunos;
- EB 2,3 Lagares + 22 escolas EB1 e JI; 2700 alunos;
Concelho: Vila Nova de Gaia
- EB 2,3 Valadares + 12 escolas EB1 e JI; 2508 alunos;
- EB 2,3 Soares dos Reis + 6 escolas EB1 e JI; 2200 alunos;
- EB 2,3 Olival + 24 escolas EB1 e JI; 2149 alunos;
Concelho: Porto
- EB 2,3 Gomes Teixeira + 10 escolas EB1 e JI; 2427 alunos;
Concelho: Vila do Conde
- EB 2,3 Mindelo + 37 escolas EB1 e JI; 1974 alunos;


As "Unidades de Gestão" ficam em Comissão de Gestão Provisória por 1 ano (a partir de 1 de Agosto), com 1 único MegaDirector .

Depois iniciar-se-á todo um processo de candidaturas e selecção da nova Direcção.

 

Por tudo isto a notícia hoje dada pela Agência Lusa pode ser uma luz ao fundo do túnel.

 

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publicado por Filomena às 11:48